07/02/2018

Perguntas frequentes

O que são Cuidados Paliativos? [APCP]
• A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Cuidados Paliativos como os cuidados que visam melhorar a qualidade de vida dos doentes e suas famílias, que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alívio do sofrimento, com recurso à identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, nomeadamente a dor, mas também psicológicos, sociais e espirituais.

Qual o principal objetivo dos Cuidados Paliativos?
• Os cuidados paliativos proporcionam o alívio da dor e outros sintomas geradores de sofrimento, afirmam a vida e consideram a morte como um processo natural pelo que não a adiantam nem atrasam. Integram as componentes psicológicas e espirituais do cuidar, assim como oferecem um sistema de suporte para ajudar os doentes a viver tão ativamente quanto possível até à morte e ajudar a família a lidar com a doença do seu ente assim como no seu luto. Utilizam o trabalho de equipa como metodologia mais adequada para a satisfação das necessidades do doente e família, promovendo a melhoria da qualidade de vida e como tal podendo influenciar positivamente a trajetória da doença.

A quem se destinam os Cuidados Paliativos? [APCP]
1. Os Cuidados Paliativos destinam-se a: Crianças e adultos com malformações congénitas ou outras situações que dependam de terapêutica de suporte de vida e/ou apoio de longa duração para as atividades de vida diárias.
2. Pessoas com qualquer doença aguda, grave e ameaçadora da vida (tais como traumatismos graves, leucemia, acidente vascular agudo), onde a cura ou reversibilidade é um objetivo realista, mas a situação em si própria ou o seu tratamento tem significativos efeitos negativos dando origem a uma qualidade de vida fraca e/ou sofrimento.
3. Pessoas com doença crónica progressiva, tal como doença vascular periférica, neoplasia, insuficiência renal ou hepática, acidente vascular cerebral com significativa incapacidade funcional, doença cardíaca ou pulmonar avançada, fragilidade, doenças neurodegenerativas e demência.
4. Pessoas com doença ameaçadora da vida, que escolheram não fazer tratamento orientado para a doença ou de suporte/prolongamento da vida e que requeiram este tipo de cuidados.
5. Pessoas com lesões crónicas e limitativas, resultantes de acidente ou outras formas de trauma.
6. Pessoas seriamente doentes ou em fase terminal (demência em estádio final, cancro terminal, acidente vascular gravemente incapacitante), que não têm possibilidade de recuperação ou estabilização e, para quem, os cuidados paliativos intensivos são o objetivo predominante dos cuidados no tempo de vida remanescente.

Quando se devem iniciar os Cuidados Paliativos?
• Os Cuidados Paliativos não são apenas cuidados em fim de vida, como frequentemente são conhecidos. Devem ser iniciados assim que necessário e, em alguns casos, logo no momento do diagnóstico de uma doença grave com possibilidade de prognóstico de vida limitado. Podem inclusivamente ser prestados em simultâneo com tratamentos curativos como, por exemplo, cirurgias, quimioterapia e radioterapia.

Por quem são prestados os Cuidados Paliativos?
• Os Cuidados Paliativos requerem a intervenção de equipas interdisciplinares de saúde, com formação científica e treino (formação básica e avançada) em Cuidados Paliativos, constituídas por profissionais das áreas da Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Serviço Social e Assistência Espiritual, bem como outras que se adequem às necessidades do doente.

Onde são prestados os Cuidados Paliativos?
• Os Cuidados Paliativos podem ser prestados por Equipas Intra-Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos, em Unidades Especializadas de Internamento e no domicílio, por Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos.

Quais as vantagens dos Cuidados Paliativos em casa?
A prestação de Cuidados Paliativos em casa, tem várias vantagens, tais como:
• Proporcionar ao doente e à sua família uma maior privacidade
• Permitir à pessoa doente ser cuidada no seu ambiente, rodeada da família, dos amigos e dos seus objetos significativos, aspetos promotores de maior bem-estar e qualidade de vida;
• Permitir ao doente manter as suas rotinas assim como as dos seus familiares.
• Reduzir as deslocações a consultas e idas à urgência por descompensação de sintomas, minorando (entre outros), os riscos de infeções hospitalares.
• Permitir que a pessoa permaneça em casa nos últimos dias de vida, se for esse o seu desejo.
• Envolver e integrar a família nos cuidados prestados e na adaptação à doença do seu familiar, apoiando-a também na fase de luto.

O que é um Serviço de Apoio Domiciliário? A LInQUE presta este tipo de apoio?
• O Serviço de Apoio Domiciliário é um serviço vocacionado para o apoio no domicílio, abrangendo diferentes áreas como, por exemplo, cuidados de higiene e conforto pessoal, higiene habitacional, fornecimento e apoio nas refeições, tratamento da roupa de uso pessoal do utente e/ou apoio de cuidador informal ao longo de diferentes períodos do dia.
• A LInQUE não presta este tipo de apoio mas poderá fazer a mediação com entidades competentes para o efeito, sendo a posterior contratualização do serviço feita diretamente com as respetivas entidades.

A LInQUE assegura apoio de cuidador 24h por dia?
• A LInQUE não presta este tipo de apoio mas tendo por base a filosofia e o acrónimo que originou o termo LInQUE (Ligamos Instituições Que Unem Esforços), poderá estabelecer a articulação com os recursos da comunidade, mediante consentimento prévio do doente e/ou da sua família.
• Para a Cidade de Lisboa, a LInQUE estabeleceu um protocolo de colaboração com o Centro Social e Paroquial de São Jorge de Arroios. A contratualização do serviço será feita diretamente com este centro que é uma Unidade Humanitude e tem uma equipa de cuidadores dedicada a este tipo de apoio.

O que é a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI)
• A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), novo modelo organizacional criado pelos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Saúde, é formada por um conjunto de instituições públicas e privadas que prestam cuidados continuados de saúde e de apoio social.
• São objetivos da RNCCI a prestação de cuidados de saúde e de apoio social de forma continuada e integrada a pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de dependência. Os Cuidados Continuados Integrados estão centrados na recuperação global da pessoa, promovendo a sua autonomia e melhorando a sua funcionalidade, no âmbito da situação de dependência em que se encontra. O acesso à RNCCI só pode ser desencadeado pelas instituições do Serviço Nacional de Saúde.

Qual a diferença entre Cuidados Continuados e Cuidados Paliativos? [APCP]
• Os Cuidados Continuados são um Modelo de Organização dos Cuidados de Saúde enquanto os Cuidados Paliativos são, simultaneamente, uma filosofia de cuidados e um sistema organizado e altamente estruturado para a prestação de cuidados técnica e cientificamente competentes.

Quem pode beneficiar dos cuidados prestados pela LInQUE?
Pode beneficiar dos cuidados prestados pela LInQUE, o doente com indicação para receber cuidados paliativos que:
1. Esteja na fase avançada da sua doença e deseje permanecer no conforto do seu lar ou em casa de um familiar/cuidador, rodeado da sua família e amigos, contando com o apoio de uma equipa especializada que o ajude a controlar os sintomas provocados pela doença e/ou pelos tratamentos;
2. Se encontre a aguardar internamento em unidade de Cuidados Paliativos, quer esteja no domicilio ou em serviços de internamento hospitalar.

O plano de intervenção em Cuidados Paliativos é feito com base no diagnóstico da pessoa doente?
• O plano de intervenção é feito, não apenas com base no diagnóstico, mas de forma individualizada e com base num conjunto de necessidades e problemas que a pessoa doente e a família enfrentam, os quais são causa de potencial ou real sofrimento e diminuição da qualidade de vida. Por este motivo é imprescindível que as equipas de cuidados paliativos integrem profissionais não só das áreas da medicina e enfermagem, mas também da psicologia, assistência espiritual, assistência social, terapias e outras adequadas à situação.

É possível referenciar um doente para a LINQUE enquanto estiver internado?
• Sim. A equipa LInQUE poderá avaliar a necessidade de cuidados em contexto de internamento com a colaboração da equipa hospitalar assistente. Em conjunto, poderá ser planeada a alta hospitalar e definido um Plano de Intervenção.

Como se tem acesso ao serviço da LInQUE?
• Após ter sido estabelecido um primeiro contacto com a LInQUE, e se existirem critérios de admissão, será agendada uma primeira consulta, sem encargos, para uma avaliação inicial de necessidades. De acordo com a avaliação realizada, será efetuada uma Proposta de Plano de Cuidados e o respetivo Orçamento. Quando a proposta é aceite e o serviço é contratualizado dá-se início ao processo de acompanhamento.

Que tipos de cuidados são prestados pela LINQUE?
• O apoio da LInQUE inclui a intervenção global de uma equipa interdisciplinar em diferentes áreas, como Medicina, Enfermagem, Psicologia, Serviço Social, Assistência Espiritual, Fisioterapia e Terapias complementares.
• A alocação dos diferentes profissionais está relacionada com a complexidade clínica e consequentes necessidades identificadas. O número de visitas e os profissionais diretamente envolvidos serão previamente discutidos e acordados entre doente e/ou família e a LInQUE. Inclui também a disponibilidade telefónica 24h/dia para o apoio ao doente/família e a articulação da equipa da LInQUE com as equipas de saúde e sociais que acompanhem o doente e/ou a família.

A consulta de avaliação inicial de necessidades é paga? Obriga a algum compromisso?
• Não, a primeira consulta em que é feita a avaliação inicial de necessidades e a elaboração da Proposta de Plano de Cuidados e Orçamento é gratuita e não obriga a qualquer compromisso.

Qual o custo dos serviços da LInQUE?
• O valor do serviço é individualizado e definido de acordo com a complexidade clinica e consequentes necessidades de cada doente e família.
• Os fármacos e os consumíveis clínicos, bem como o material de penso e outros consumíveis, são faturados separadamente.

Os cuidados prestados pela equipa LInQUE são financiados pelo Serviço Nacional de Saúde ou pela Segurança Social?
• Até ao momento a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados não contratualiza Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos fora do âmbito da própria rede. Os serviços da LInQUE não beneficiam de qualquer comparticipação da Segurança Social.

A Equipa de Cuidados Paliativos LInQUE está integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI)?
• A LInQUE não está integrada na RNCCI, porque até ao momento a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados não procede à contratualização externa de Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos.

Os serviços da LInQUE são comparticipados pela Segurança Social?
• Os serviços da LInQUE não beneficiam de qualquer comparticipação da Segurança Social.

Os serviços da LInQUE são comparticipados pela ADSE?
• As despesas com consultas médicas, de psicologia, enfermagem e fisioterapia, bem como os respetivos consumíveis são comparticipadas nos moldes e montantes definidos pela ADSE e estão discriminadas em www.adse.pt.

Como saber se um Seguro de Saúde abrange o serviço da LInQUE?
• Deve consultar o seu mediador de seguros, informando-o de que vão ser prestados cuidados médicos, de enfermagem, psicologia e fisioterapia, entre outros, acrescidos de medicamentos e consumíveis clínicos, para que possa ser verificada a cobertura dos serviços da LInQUE.

A LInQUE concretizou através de escritura pública a sua dissolução em 31 de janeiro de 2024, encontrando-se a partir dessa data em fase de liquidação.